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O sangue, o punho, a psicologia e a propaganda: como Donald Trump se torna “num herói que é também uma vítima”

Terça-feira, Julho 16, 2024 - 01:00
Publicação
Expresso Online

“Ainda virá a narrativa de que a bala foi desviada um milímetro por Deus”, antecipa um especialista em propaganda ao Expresso, ainda perplexo (mas pouco) com o facto de aquele que tentou “revogar os resultados das eleições” ser, agora, um ícone “da democracia que tentou subverter”. Já sobre a fotografia que o tornaria icónico (e que já usa em proveito financeiro), a psicologia diz que Trump foi ele mesmo: “confrontativo”

Um estratega político, por tanto que se esforce a inventar um lema de campanha ou uma qualquer frase lapidar, como “tornar a América grande novamente”, ficará sempre aquém da imagem de alguém baleado, um sobrevivente ensanguentado, rodeado de homens e mulheres de negro - e assim se contrasta -, furando por entre eles com o punho erguido e rosto combativo.

“Nós vivemos em sociedades muito, muito visuais e, portanto, uma imagem tão poderosa quanto esta vai ter maior ressonância do que o Make America Great Again, que é uma frase classicamente populista, que não criou nada de novo e só se aproveitou do livro de propaganda dos populistas da História. A imagem de um herói, que é também vítima, não sendo nova, é ainda mais forte”, assegura Nelson Ribeiro, especialista em média e propaganda.

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